Obsolescência Programada e o Impacto no Meio Ambiente

Obsolescência Programada. Você sabe o que significa e para que serve? Se a resposta for não, nós lhe explicaremos.

Lembra daquela geladeira na casa da sua avó que esta lá há mais de 20 anos? E a sua geladeira, a quanto tempo você a tem? Já deu defeito alguma vez? Já precisou trocá-la? Quantas vezes no ano passado você trocou as lâmpadas de sua casa? E aquele aparelho eletrônico que você levou para o conserto e o  técnico falou: “é melhor comprar um novo, saí mais barato”. Todos somos vitimas da obsolescência e quem mais sofre com a prática é o meio ambiente.

“A Obsolescência é uma ferramenta usada pela indústria para que o produto que você tem hoje se torne obsoleto rapidamente e você precise trocá-lo por um novo. Estimulando o consumo e aumentando os lucros da indústria.”

De fato, antigamente os produtos duravam mais, como sempre ouvimos de nossos pais e avós. Hoje, com o crescente consumo, os produtos são projetados para durar cada vez menos, de modo a garantir um lucro constante para as empresas. Mas é claro, nenhuma delas admite isso formalmente.

A obsolescência programada ou planejada está mais presente do que nunca, e a indústria que mais utiliza esta prática é de longe a eletroeletrônica. Mas não se engane, esta prática está disseminada em todos os ramos, inclusive no de prestação de serviços.

 “Se as pessoas não compram, a economia não cresce”

A prática, porém, não é de agora. A história da obsolescência programada confunde-se com a história da indústria do século 20. E tudo começou com as lâmpadas.

“Um produto que não se desgasta é uma tragédia para os negócios”

Casos famosos

Lâmpadas: Durante os anos 20 a expectativa de vida de uma lâmpada era de 2.500 horas e diversos fabricantes ainda se orgulhavam de produzir lâmpadas que duravam cada vez mais. Até que os maiores fabricantes mundiais definiram em reunião, que a duração não deveria ultrapassar 1.000 horas de uso.

  • As lâmpadas sempre foram sinônimo de ideia, e pode se dizer que encurtar sua vida útil foi uma ótima ideia para os negócios.

Impressoras: O número de páginas é registrado em um chip dentro da impressora (o chamado Eprom ou CI – Circuito integrado). Quando certa quantidade de impressões é atingida, a impressora para de funcionar. Para o consumidor a mensagem é de que ‘uma peça chegou ao final de sua vida útil’.

  • Ao levá-la ao conserto, normalmente o custo de reparo (quando possível) não compensa, levando o consumidor a descartá-la e comprar uma nova.

Baterias: A primeira geração de um famoso tocador MP3 possuía bateria projetada para ter vida útil muito curta e não era substituível. A Fabricante foi processada e perdeu a ação, tendo que substituir a bateria dos aparelhos já vendidos e ainda estender a garantia.

  • Baterias são grandes vilãs do meio ambiente por possuírem metais pesados que contaminam o solo e as águas. E a bateria do seu celular, esta durando cada vez menos? Talvez esteja na hora de comprar uma nova, ou talvez um telefone novo…

Notebooks: Alguns modelos possuem um circuito integrado na placa mãe contendo uma espécie de relógio controlando o tempo de vida do aparelho. Após algum tempo, o notebook desliga do nada e não liga mais.

  • Alguns modelos mais recentes tem vindo com bateria embutida na carcaça. Não é mais aquele sistema onde você apertava um botão e soltava a bateria, podendo substituí-la facilmente.

Indústria Têxtil: Em 1935, a Dupont criou o nylon, uma fibra sintética extremamente forte. Na época eram comercializadas meias-calças feitas com o material. Só havia um problema: com o tempo, as mulheres deixavam de comprar novas porque elas não estragavam nem desfiavam. Os engenheiros da Dupont tiveram então que projetar uma variação da fibra mais fraca para estimular as vendas.

Creme Dental/Pasta de Dentes: Antigamente o bocal dos tubos era mais estreito, o que gerava menor consumo de pasta em cada aplicação. Durante uma reunião para discutir os lucros e prejuízos da venda do produto, uma grande fabricante teve a ideia de aumentar o diâmetro do bocal, aumentando a quantidade de pasta utilizada, estimulando o consumo e as vendas.

  • Práticas similares são utilizadas em uma vasta gama de produtos e especialmente cremes, gerando consumo em excesso e desperdício.
  • Recentemente algumas fabricantes tem adotado um novo formato de tubos (com prolongamento do bocal para dentro, de modo que você tenha dificuldades para espremer até o final e utilizar o máximo do produto). Você não consegue usar a quantidade especificada na embalagem!

Obsolescência Perceptiva ou Percebida

A obsolescência perceptiva é um outro tipo de obsolescência, presente nos comerciais, propagandas e campanhas de marketing dos produtos. Os fabricantes lançam novas versões com modificações na aparência e pequenas melhorias funcionais, forçando a imagem de que os antigos estão com aspecto de ultrapassados. Através de campanhas de marketing e neurolinguística, induzem no consumidor a ideia de que o produto já não o satisfaz, levando-o a adquirir uma nova versão, seja por novos recursos ou simplesmente por status. Normalmente com uma série de brilhantes novas funções que muitas vezes o usuário acaba não utilizando.

Os celulares se tornaram símbolo deste tipo de Obsolescência. A cada 6 meses ou menos, está disponível no mercado uma nova versão para os entusiastas em tecnologia ou sedentos por status saciarem suas vontades.

A Obsolescência e o Impacto no Meio Ambiente

De acordo com levantamento feito pela ONU (Organização das Nações Unidas), cada ser humano descarta em média, 7 Kg de resíduos eletrônicos todos os anos.

Cerca de 48,9 milhões de toneladas de dispositivos elétricos são jogados fora todos os anos. A estimativa é de que a montanha de rejeitos aumente 33% até 2017, quando espera-se que o planeta atinja a marca de 65,4 milhões de toneladas de aparelhos descartados anualmente.

Casos como os citados acima são abordados no excelente documentário Espanhol The Lightbulb Conspiracy: A história secreta da obsolescência programada, produzido em 2011 e dirigido pela escritora/diretora alemã Cosima Dannoritzer.

Sem dúvida um ótimo material para quem é cético sobre o tema ou quer simplesmente saber mais.

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